A todos um Bom Natal....
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
E porque é Natal...
E
porque é Natal, deixo alguns presentes.
O
primeiro é um vídeo sobre o Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra.
Vale
a pena uma visita “real” ao Museu. Falo por experiênia própria.
O
segundo presente vai também na forma de vídeo
A
canção "Oração das Mães", nasceu do resultado de uma
aliança entre a cantora-compositora Yael Deckelbaum, e um grupo de
mulheres corajosas, liderando o movimento de "Women Wage Peace".
O movimento surgiu no verão de 2014 durante a escalada de violência
entre Israel e os Palestinos, e a operação militar "Tzuk
Eitan". Em 4 de outubro de 2016, mulheres judaicas e árabes
começaram com o projeto conjunto "Marcha da Esperança".
Milhares de mulheres marcharam do norte de Israel para Jerusalém em
um apelo à paz. Uma chamada que atingiu seu pico em 19 de outubro,
em uma marcha de pelo menos 4.000 mulheres metade delas palestinas, e
metade Israelita, em Qasr el Yahud (no Mar Morto do Norte), em uma
oração comum pela paz. Na mesma noite, 15 mil mulheres protestaram
na frente da casa do primeiro ministro em Jerusalém. As marchantes
juntaram-se com a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Leymah Gbowee,
que levou ao fim a Segunda Guerra Civil Liberiana em 2003, pela força
conjunta das mulheres. Na canção, Yael Deckelbaum combinou uma
gravação de Leymah, tirada a partir de um vídeo do youtube em que
ela tinha enviado suas bênçãos para o movimento.
A
luta das liberianas pela paz "não é uma história de guerra
tradicional. Trata-se de um exército de mulheres vestidas de branco,
que se levantaram quando ninguém queria, sem medo, porque as piores
coisas imagináveis já lhes tinham acontecido", escreve Leymah
Roberta Gbowee na sua autobiografia.
"Trata-se
da forma como encontrámos a força moral, a perseverança e a
coragem de levantar as nossas vozes contra a guerra e restabelecer o
bom senso no nosso país", adianta.
Leymah
Gbowee, que fundou ou dirige várias organizações de mulheres,
participou na Comissão Verdade e Reconciliação.
Não
há caminho para a paz, a paz é o caminho.
A paz é o acminho
Este
vídeo sugeriu-me, de imediato, alguns “pensamentos” célebres
Não
existe caminho para a paz. A paz é o caminho
Mahatma
Gandhi
A
paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.
Com
armas pode vencer-se a guerra mas a paz não se conquista.
Albert
Einstein
A
paz depois da guerra é o silêncio dos mortos e o espanto mudo dos
vivos.
Valter
da Rosa Borges
A
felicidade não é fruto da paz, é a própria paz.
Émile-Auguste
Chartier
A
Paz obtida com a ponta de uma espada não passa de uma simples
trégua.
Pierre-Joseph
Proudhon
Quantas
guerras terei que vencer por um pouco de paz?
Maria
Bethânia
E
a este propósito deixo mais um presente, o próximo vídeo.
Eis
o penúltimo presente- uma carta de Mia Couto datada de 2003 para o
Presidente do Estados Unidos .
Passados
catorze anos a essência da mensagem “assenta “ na perfeição
ao presidente atual.
in Mia Couto, Pensatempos ,2005
E
agora,
o último presente,
uma obra de Tapies artista plástico que, em
1984, recebeu o Prémio da Paz das Nações Unidas.
Esta e outras obras poderão ser vistas aqui
domingo, 10 de dezembro de 2017
Nordeste em Dezembro…
Gosto
muito de passar uns tempos no Nordeste transmontano, onde cresci. Há
já vários anos que ali passo, no Verão, cerca de um mês e meio.
Passo também alguns fins de semana ao longo do ano, mas fujo do
Inverno.
Este
fim de semana tivemos que nos deslocar ali, por causa de umas obras
que urge fazer na casa que o meu marido herdou há seis anos, no
concelho de Moncorvo.
Fomos
5ª feira de manhã, um pouco apreensivos pois na véspera telefonei
para a minha aldeia e disseram-me que as temperaturas rondavam os
zero graus. É certo que, até aos meus 16 anos, dias de Inverno
com temperaturas abaixo de zero eram frequentes. Em Bragança o Liceu
fechou algumas vezes enquanto ali fui aluna. A temperatura mais
baixa que ”suportei” foi 15 graus negativos e apenas uma vez. Mas
à volta de -8º era frequente. Apesar disso, nunca consegui
acostumar-me ao frio. Por isso, no Inverno só ali vou em condições
excecionais.
Por causa da bursite que me surgiu e me tem incomodado bastante, pensei não ir mas na quarta feira senti-me nitidamente melhor e arrisquei.
Por causa da bursite que me surgiu e me tem incomodado bastante, pensei não ir mas na quarta feira senti-me nitidamente melhor e arrisquei.
A primeira coisa que o meu marido fez, foi acender a lareira, ainda com o casacão vestido e de capuz na cabeça...
Entretanto
o tempo foi aquecendo e acabou por ser um fim de semana muito
agradável, embora a minha perna se tenha “queixado” um pouco.
Na
sexta fomos a Alfândega. No jardim, uma exposição alusiva ao Natal
com obras feitas essencialmente por alunos das escolas. Aqui ficam
algumas imagens.
Fomos
também à minha aldeia buscar alguns produtos da terra, nomeadamente
azeite. Mas nem entrei em minha casa. Previa que estivesse muito
fria, como o meu marido viria a confirmar. Fui visitar uns compadres
(uma senhora que trabalhou em casa dos meus pais e o marido) aos
quais me liga uma grande amizade. Fiquei ali à lareira, a conversar
todo o tempo. Enquanto ali estava telefonou uma irmã,
também minha comadre, que vive em França. Fez questão de falar comigo. São pessoas
extremamente genuínas como eram, naquele tempo,quase todas as
pessoas da minha aldeia.
Regressámos hoje, mais uma vez com a Antena 2 por companhia e que me apresentou dois compositores que não conhecia.
Um deles Anton Arensky ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_Arensky)
Regressámos hoje, mais uma vez com a Antena 2 por companhia e que me apresentou dois compositores que não conhecia.
Um deles Anton Arensky ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_Arensky)
de que aqui deixo a Sinfonia No. 2, Op. 22 e "Russian Concert" concerto em Fá menor.
de que deixo a composição Barcarolle
in E minor, Op. 14
Em 1881, Franz Xaver Scharwenka funda o Conservatório Scharwenka, em Berlim onde viria a ser professor de Viana da Mota (http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/viana-da-mota.html#.Wi1rSd9l_IU)
De Viana da Mota conheço algumas obras e uma das minha preferidas é também uma Barcarola, a Barcarola nº 1, que aqui deixo interpretada por António Rosado
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
A poesia “clara, límpida, diamantina” de Manuel Alegre
"A
poesia dele é clara,
límpida, diamantina, atravessa todas as camadas sociais, toda a
gente a entende perfeitamente",
foi assim que Lídia Jorge se
referiu à poesia de Manuel Alegre, aquando da atribuição do Prémio
Camões, em Junho passado. Afirmou
ainda
que, ao
saber
da notícia, pensou que o prémio lhe
era atribuído pela segunda vez pois
já há muito tempo o deveria
ter
recebido.
Ora,
no passado dia 22, a
Universidade de Pádua, atribuiu ao português Manuel Alegre um
Doutoramento Honoris Causa. Do
seu discurso, aquando
da
cerimónia, que
pode ser lido aqui, transcrevo
alguns excertos
.
(...)Ninguém
está fora do espaço e do tempo. Ninguém está fora da história. A
escrita e a vida são inseparáveis. A liberdade, afirmou o mexicano
Octávio Paz, “não é uma filosofia e nem sequer uma ideia, é um
movimento de consciência que nos leva em certos momentos, a
pronunciar dois monossílabos: Sim e Não.” A minha
circunstância levou-me a dizer não, e a dizê-lo em verso,
segundo um certo ritmo, uma certa toada, uma certa correspondência
de sons e imagens. Não por qualquer intenção programática,
mas por um impulso, uma energia, uma irresistível confiança na
força da palavra poética. Apesar da idade e dos desenganos,
mantenho, hoje como sempre, a mesma confiança na força libertadora
da palavra. Concordo com Octávio Paz: “A actividade poética é
revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método da
libertação interior.”
Creio que o ritmo da escrita é
inseparável do ritmo da terra e das marés. Está antes da palavra e
a a palavra cantada ou dançada está antes da palavra escrita. Como
o poeta português Teixeira de Pascoaes, eu creio que “a poesia
nasceu da dança e que o ritmo é a substância das coisas.” Como
ele estou convencido que “a palavra liberta e cria: é a própria
terra do Outro Mundo.”
(...)Segundo
Nadejda Mandelstam, viúva do grande poeta russo, “em certas
épocas, só a palavra poética, pela sua natureza cósmica, é capaz
de apreender a realidade.” Por seu lado, para Rainer Maria Rilke
“os versos não são feitos com sentimentos” e “…para
escrever um só verso é preciso ter visto muitas cidades, muitos
homens e muitas coisas. É preciso lembrar caminhos em regiões
desconhecidas, encontros inesperados e despedidas há muito
previstas.” Tudo isso é vida e de tudo se faz o poema.
(...)Tenho por vezes a sensação de ter vivido
várias vidas numa só vida e de ter sido várias pessoas na mesma
pessoa. Conheci os momentos extremos: guerra, prisão política,
exílio. Mas também tive o privilégio de alegrias incomparáveis,
como a vitória da revolução dos cravos e a reconquista da
liberdade. Costumo dizer que a minha vida foi intensa, densa e tensa.
Talvez por isso os meus romances tenham um cunho autobiográfico. Não
posso dizer que tenha sido injustiçado. Recebi os principais prémios
literários da língua portuguesa. A República concedeu-me as mais
altas condecorações. Mas de todos os prémios o mais importante foi
o reconhecimento e carinho dos meus leitores.
Comecei
por conhecer a sua obra através das vozes de Zeca
Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, Luís Cília…
Depois
comecei a adquirir os seus livros. Primeiro Praça
da Canção
e O
canto e as armas, depois vários outros, à medida que foram saindo. Muitos deles estão
autografados pelo autor mas
embora
goste da sua narrativa, aprecio
mais a
sua obra poética, de que gosto
imenso. E
nela incluo um livro que acho fabuloso- A terceira Rosa- que para mim
é prosa poética..
"Olá,
disseste. E a terra tremeu"
“A paixão passa e não passa”
Aqui uma entrevista onde o autor nos fala desse livro
Termino
com alguns poemas do autor.
Sei
que outros ventos outro mar
a
teoria das brumas e o teorema
daquela
ilha sempre por achar.
Seu
nome é Pico. E fica no poema
In
Escrito no mar (2007)
Na
velha casa passou um rio
passou
a cheia o tempo um arrepio.
Quem
eu chamo já não vem.
Tanto
quarto vazio
tanta
sala sem ninguém.
E
frio.
In
Doze naus (2007)
I
Coimbra
era um puro acontecer
uma
vivência de dentro um exercício
um
jogo de metáforas e sintaxes
ó
corpos cintilantes diante dos espelhos
cabelos
loiros sobre os ombros: cidade
por
nossas mãos perdida e reinventada.
Por
fim era um rumor de poesia
uma
frase uma prosódia uma palavra.
E
dessa redacção é que nascia
in
Combra nunca vista (2003)
Uma
árvore floriu por detrás da casa
Uma
árvore dentro de Março
Contra
a rotina
E
contra o espaço
Ela
só capaz de flor
E
golpe de asa
Deixai-me
a árvore
Por
detrás da casa
In
chegar aqui (1984)
Gosto
muito deste poema e lembrei-me muito dele nos últimos dias. Tenho
estado com uma bursite trocantéria que me tem limitado bastante.
Ontem fiz uma infiltração e melhorei um pouco mas...
continuo com dificuldade em caminhar
As
rimas em ar estão porventura a acabar...
Parabéns Manuel Alegre pelo reconhecimento mais que merecido e obrigada pela sua poesia que, tantas vezes, me tem servido de
alento ….
Subscrever:
Mensagens (Atom)