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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tanto neutrino atravessando o nada...

Detector gigante de neutrinos no Pólo Sul já está concluído
A notícia foi publicada em Ciência Hoje 2011-01-04
Objectivo dos cientistas é compreender as fontes de energia do cosmos e a natureza da matéria escura


Está terminada a construção do IceCube, o detector de neutrinos do Pólo Sul com mais de um quilómetro cúbico e enterrado a 1400 metros de profundidade. O seu objectivo é detectar a «radiação de Cherenkov» que se produz quando os neutrinos chocam contra átomos de gelo. Estas partículas subatómicas produzem-se no Sol, nas supernovas e nos buracos negros e, devido ao seu tamanho são muito difíceis de detectar. No entanto, o tamanho deste detector, que demorou dez anos a ser construído e custou 270 milhões de dólares, poderá garantir o êxito do projecto.


O IceCube fornece meios inovadores para os cientistas estudarem as propriedades destas partículas fundamentais. Os seus sensores ópticos sofisticados vão gravar as colisões entre as moléculas de água do gelo e os neutrinos.


Milhares de milhões de neutrinos atravessam o planeta a cada segundo, mas devido à sua massa – menos de um milmillonésima parte da massa de um átomo de hidrogénio – muito raramente colidem com algum átomo, o que as torna praticamente indetectáveis.


Foi por isso necessário construir um detector gigante. Para que o seu funcionamento não seja afectado por outras partículas ou radiações, optou-se por instalá-lo a 1400 metros debaixo da superfície de gelo que cobre o Pólo Sul.


Os sensores com o tamanho aproximado de uma bola de basquetebol têm como função detectar a luz azul chamada «radiação de Cherenkov» que se produz quando os neutrinos chocam contra átomos de água em forma de gelo.


Os cientistas esperam com este detector encontrar neutrinos de altíssima energia originários de explosões de supernovas, raios-gama e buracos negros. Correlacionar o número e a energia dos neutrinos detectados com esses eventos pode ajudar os cientistas a explicar a sua natureza, bem como a entender as fontes de energia escura e a matéria escura.


A motivação dos investigadores, explicam os próprios, é “compreender o Universo”, especificamente o que “alimenta os motores mais energéticos do cosmo e alimenta o bombardeamento de raios cósmicos para a Terra”. Além disso, querem também “compreender a natureza da matéria escura”.


Caminhada

Flores tímidas, selvagens, atapetam o chão.
Coberta de líquenes e musgo, a fraga, ao fundo,
onde frágil se equilibra uma oliveira
que espreita a queda de água
que escorre na ladeira
onde agoniza um pombal, já sem função.
Um balir de rebanho rompe o ar dolente
e uma avezita, que emerge de um sobreiro,
oma por seu mundo o céu inteiro.
Medito enquanto calcorreio o caminho lentamente.
Quanta transformação química ocorrida 
para transformar húmus em vida?
Quanta energia transformada?
Quanto neutrino atravessando o nada?

      Regina Gouveia, in Magnetismo Terrestre

      Fotografia de Fernando Gouveia

3 comentários:

  1. Olá Regina
    Mais uma vez a poetisa e a cientista.
    Não sabia da construção desse detector de neutrinos, mas acredito que irá contribuir para que a Ciênccia dê mais um passo na explicação do Universo. E tantos já foram dados!!!!!

    Um beijo.

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  2. Embora continuemos a saber pouquíssimo do Universo, grandes avanços têm sido conseguidos nessa área bem como em muitas outras. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer dos aspectos económicos dum mundo que permite uma tão repugnante distribuição da riqueza
    Bjs
    Regina

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  3. Absolutamente de acordo, Regina.
    Mas não podemos perder a esperança, porque a luta por um Mundo mais justo, também não para.

    Um beijo, Regina.

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